terça-feira, 12 de junho de 2012


Técnicos de universidades federais aderem à greve

Paralisação de professores, que completa um mês, ganha apoio

Gustavo Uribe
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SÃO PAULO E CURITIBA. A greve dos professores das instituições federais de ensino, que pode chegar a um mês de paralisação no próximo domingo, ganhou nesta segunda-feira a adesão dos servidores técnico-administrativos, que se uniram ao corpo docente na reivindicação da revisão do atual plano de carreira. Ao todo, aderiram até agora ao movimento grevista quarenta e sete universidades federais, três institutos de ensino e um centro de tecnologia. Os servidores públicos cobram do governo federal mudanças no atual plano de carreira, como a incorporação de gratificações e reajustes nos atuais níveis de remuneração. Os funcionários técnico-administrativos querem reajuste de 22,08%. O governo federal se comprometeu a revisar o plano de carreiras para 2013 e alega haver prazo até agosto para que uma reformulação seja concluída. A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) afirma que a greve será mantida por tempo indeterminado e cobra celeridade da administração federal.
— O governo federal sinalizou que haveria revisão do plano de carreira, mas até agora não houve avanços. Há sinalizações positivas de uma parte do Ministério da Educação, de avançar neste debate. O órgão gestor de carreiras na administração federal, o Ministério do Planejamento, contudo, não deu até agora nenhum indicativo — criticou Pedro Armengol, membro da Executiva Nacional da CUT e da Condsef.
Em São Paulo, os professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) programam nesta terça-feira uma nova manifestação na Avenida Paulista para cobrar a reformulação do plano de carreira. O corpo docente realizou um ato de protesto semelhante em 28 de maio, dias após o Campus de Guarulhos ter aderido à paralisação. Os seis campi da instituição de ensino estão em greve desde o mês passado. A presidente da Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp), Virgínia Junqueira, ressalta que o término do movimento grevista depende do andamento das negociações com o governo federal, mas assegura que haverá reposição das aulas perdidas.
— Ninguém gosta de fazer greve, de jeito nenhum. Não estamos para prolongar greves, mas precisamos de uma proposta aceitável. As aulas estão suspensas, mas as atividades de assistência não estão. Haverá reposição de todas aulas quando a paralisação terminar, até mesmo, eventualmente, de fim de semana — afirmou
Os servidores técnico-administrativos de todos os campi da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) também entraram em greve ontem, o que interrompeu serviços como restaurante, biblioteca e algumas coordenações de cursos. O corpo docente deve decidir na próxima sexta-feira se adere à paralisação nacional. Na Universidade Federal do Grande ABC (UFABC), os servidores técnico-administrativos também cruzaram os braços hoje. Os professores da instituição de ensino estão paralisados desde a terça-feira passada e cobram do governo federal uma maior valorização da categoria. O estudante de filosofia da UFABC, Alexandre Luppe, de 23 anos, defende a paralisação do corpo docente.
— O movimento grevista tem o apoio dos alunos e é um passo importante na valorização dos professores. Ela vai acabar quando o governo federal passar a valorizar o ensino público brasileiro — afirmou.
No Paraná, os servidores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) uniram-se a professores e alunos e também entraram em greve ontem. A paralisação fechou os restaurantes universitários e prejudicou o atendimento no Hospital de Clínicas da UFPR. Uma assembleia geral na quarta-feira à noite vai avaliar a adesão e definir os rumos do movimento, com a participação de servidores administrativos, professores e alunos.
— Nós temos 6 mil servidores na base. Com professores e alunos, a paralisação envolve de 40 mil a 45mil pessoas — afirmou Luiz Fernando Mendes, integrante do comando de greve do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest).
Os professores da UFPR decidiram pela greve no dia 17 de maio. Na semana passada, os médicos do Hospital de Clínicas paralisaram suas atividades, forçando o cancelamento de cerca de mil consultas por dia. Eles voltaram ao trabalho no dia 1º, mas mantêm o estado de greve, com o apoio dso estudantes de Medicina e, agora, dos servidores que trabalham no Hospital de Clínicas. A principal reivindicação dos médicos é a suspensão da Medida Provisória 568, que reduz seus vencimentos. Os residentes pedem a valorização dos médicos e o aumento do número de bolsas para residência. Os servidores querem plano de carreira e reajuste salarial de 25,9%.


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Um comentário:

  1. Caros colegas,
    o GT Comunicação da Greve UFSCar-Sorocaba já reúne docentes e discentes do campus e gostaria de contar com representantes dos T.As. Nossa próxima reunião será no dia 14 - quinta próxima - às 14 horas.

    Imeio para contato: ufscar.sorocaba12@gmail.com.

    Cordiais abraços,
    GT Comunicação

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