segunda-feira, 12 de maio de 2014

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Assédio moral faz sindicato paralisar trabalho em agências

Na semana passada, a paralisação foi no banco Santander Select


Anderson Oliveiraanderson.oliveira@ jcruzeiro.com.br

Pressões pelo cumprimento de metas abusivas, desmoralização perante os colegas e desmotivação por parte do superior. Esse é o cenário que A., que trabalha no setor bancário, convive nos últimos anos. Em meio à tensão diante das pressões e do constrangimento a funcionários feitos pela chefia, A. viu seus companheiros de trabalho ficarem doentes, iniciarem terapia com psiquiatras e tomarem antidepressivos. Presenciou brigas entre colegas e a apreensão do ambiente de trabalho sendo levada para casa. Mas esta é apenas uma de um número incalculável de histórias de prática de assédio moral que ocorrem em Sorocaba e outras cidades do País.

A procuradoria regional do Ministério Público do Trabalho (MPT) instaurou, em 2013, 29 inquéritos de assédio moral ocorridos em empresas com sede em Sorocaba. Desse total, segundo o órgão, nove são oriundas do setor da indústria e ocorreram em empresas da construção civil, metalurgia e alimentos. Outras cinco denúncias partiram do setor de comércio, em lojas de departamentos e açougues. 
A maioria, ou 14 denúncias, informa o MPT, são do setor de serviços. Além das ocorrências em bancos, como o caso ilustrado neste texto, houve relatos de assédio moral por funcionários de empresas de telefonia, segurança, educação e de um laboratório de análises clínicas.

Para o advogado trabalhista Gustavo Campanati, o número de inquéritos levantados pelo MPT é pequeno e não representa o cenário real da cidade. Segundo ele, isso ocorre porque muitas denúncias não são feitas ou levadas ao MPT. "E o setor bancário é o que tem índice maior", diz.

Bancos

Os bancos são as empresas mais propícias ao assédio moral, aponta o MPT. Em cartilha elaborada no ano passado, o órgão informa que o setor apresenta números alarmantes desse tipo de problema, que chega a atingir cerca de 66% dos empregos. Em Sorocaba, o caso ocorrido na empresa onde trabalha A. não é isolado, afirma Júlio Cesar Machado, presidente do Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região.

O presidente do sindicato afirma serem diárias as denúncias em toda a região e pelo menos uma por semana diz respeito a casos graves. "Inclusive uma de assédio sexual, sendo apurada há dois meses", conta.

Em menos de um mês, dois bancos foram fechados temporariamente pelo sindicato por denúncias feitas por funcionários de que estariam sendo vítimas de assédio moral. Machado alerta, contudo, que alguns bancos fazem auditorias com seriedade, enquanto outros fingem fazer. Em relação ao banco fechado na semana passada, a demissão foi rápida.

Assédio moral

O advogado Gustavo Campanati lembra que o assédio moral é toda a situação que constrange o funcionário de maneira reiterada ou com frequência. A ação pode ocorrer tanto de cima para baixo - quando o chefe assedia -, quanto por funcionários do mesmo nível. E, em ambos os casos, a empresa precisa apurar para não ser responsabilizada. "Se o funcionário leva aos superiores e a empresa não toma medidas, é penalizada", conta.

O assédio moral praticado pela chefia contra A. e seus colegas é o tipo mais comum, alertam Gustavo Campanati e Júlio Cesar Machado.

A. diz que a chefia pouco a pouco foi tornando o ambiente de trabalho desagradável. "Saíamos das reuniões sempre desmotivados", ilustra. Era comum o superior colocar um funcionário contra o outro e fazer pressão, exigindo o cumprimento de metas de até 130%. "O ambiente fica horrível, ninguém conseguia produzir nada", afirma.

O caso vivido por A. teve fim com a demissão do responsável pelo assédio moral. Contudo, o presidente do sindicato dos bancários lembra que é bastante comum as instituições bancárias não tomarem medidas e ainda privilegiarem o responsável pelo assédio com transferências que poderiam ser vistas como promoções.

Empresas que não investigam e punem os responsáveis por assédio moral, segundo Campanati, estão sujeitas a pagar indenização a quem sofreu esse problema. "Em regra, há pena pecuniária, para que não se repita o dano", conclui.

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